O que vai ser quando Crescer?

quarta-feira, 30 de julho de 2008


É fato que crianças são muito imaginativas e pensam que a vida é uma extensão dos desenhos que assistem ou quadrinhos que lêem e isso é salutar.
Não raro ouvíamos a molecada responder a famosa pergunta "O que quer ser quando crescer?" com respostas do tipo "astronauta" "policial" "bombeiro" ou alguma variante dessas profissões que nos atribuem coragem, força ou abuso de poder. Isso é salutar, afinal de contas ninguém sonha em ser o perdedor da turma, ou o mendigo do bairro e torcer pra não ser queimado vivo na calada da noite. Tá certo quando era menino nunca ouvi nenhuma criança dizendo que queria ser político, mas isso era culpa dos pais que ensinavam ao filhos que egoísmo é errado e não deveríamos pensar só em nós mesmo. Mesmo isso seria salutar.
O problema, e o esquema todo acima pode caracterizar um problema, é´quando a resposta para essa pergunta clássica nada mais é que "Chefe da Máfia".
Por que uma criança de por volta de 10 anos iria querer se "Chefe da Máfia"?
De fato eu não me lembro mas era o que dizia quando me perguntavam isso.
Bem, não era tão diferente assim das outras já que essa "profissão" também exigia sua doze de coragem, força e abuso de poder, principalmente abuso de poder. E para uma criança é muito interessante se imaginar no papel de um fodão qualquer, roupa de couro, olhar de mau, montado em sua Caloi azul pra fazer uma cobrança:

-Bom Juninho, você tá devendo 3 edições do Homem-aranha e uma edição de luxo do Batman e sabe de uma coisa? Ninguém fica devendo a máfia.
-É... eu sei Don Sarge, eu juro que amanhã vou pedir uma mesada adiantada pra minha mãe ai então...
-Tudo bem, até amanhã, mas como garantia vamos ficar com um pedaço disso.
-Não, não, por favor, não quebrem o braço do meu Comando em Ação. Nâaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaoooooooooooo!!

Interessante disso tudo era que, a despeito da minha imaginação, eu não tinha um bom currículo para meu futuro cargo.
Com dez anos eu era um bom aluno, raramente me metia em brigas e nunca tinha sido enquadrado por policiais corruptos loucos pra implantarem um flagrante em mim. Naquele ponto da minha vida tudo parecia tão distante.
Os anos se passaram e nunca me engajei em nenhum grupo de desajustados, apesar de meu currículo ter melhorado bastante, isso foi bom pra mostrar à minha mães que um ano de psicólogo foi totalmente desnecessário.
Fico me perguntando o que as crianças de hoje almejam? Talvez o cargo de policial, bombeiro, astronauta ou mesmo mafioso tenha evoluído pra cargos como banqueiro, dono da Microsoft, Homem-bomba(para os tarados que ainda acreditam em virgens) ou ditador em um país qualquer. Não sei.
O fato é que os tempos mudam e com ele nossas cabeças e sonhos, mas eu vos digo um segredo: ainda tenho muito da minha coleção de quadrinhos e adoro minha jaqueta de couro.

Até.

Même Musicado

segunda-feira, 28 de julho de 2008


Eu recebi um même e tenho que dizer que esse é um dos mais interessantes e difíceis de se responder.
Ele veio da Stephanie e me desafia a responder algumas questões um tanto delicadas usando títulos de músicas de um único artista, ou seja é um prato cheio para os amantes de boa música.
Eu pensei em muitos dos artistas que gosto e pensei em fazer um repertório bem pesado, com alguma banda de metal, só que últimamente estava flertando com uma garota de bastante talento e muito em voga na mídia que mistura um pouco de dois estilos que também gosto, o Blues e o Jazz e se sai muito bem com a proposta.
Então com vocês Amy Winehouse e o memê:

*Descreva-se: You know I am good

*O que as pessoas acham de você: To know him is to love him

*Descreva sua última relação: Love is a losing game

*Descreva a atual relação: He Can Only Hold Her

*Onde queria estar agora: In My Bed

*O que você pensa sobre o amor:I Heard Love Is Blind

*Se tivesse direito a apenas um desejo: tears dry on their own

*Uma frase sábia: Some Unholy War

Uma frase para os próximos: You Sent Me Flying

Fim do show, espero que tenham gostado do set-list pois ele me agrada bastante, agora passo o fardo para o Desevolução sabendo que as perguntas deverão ser respondidas com o nome de músicas de um único artista a escolha.

Até.

Eu sou Old fashion

quinta-feira, 24 de julho de 2008



Eu detesto ir ao cabeleireiro, sempre detestei desde criança. Alias minha briga com os cabeleireiros começou mesmo na infância, porque sempre que me deparava com um, lá na rua onde morava, eu tentava ler a porra do cartaz, gaguejava, saia algo como caberero, caberereiro, cabileiro, sei lá, ai as outras crianças rachavam o bico de mim, como se elas conseguissem ler aquilo, eu ainda tinha coragem e tentava, mas elas não, as outras covardemente se omitiam do fardo.
No final era bem melhor pra elas, não passavam a mesma vergonha que eu.

Mas os anos vindouros reservaram coisa pior pra mim referente aos cabeleireiros, algo que detesto mais que esses salões, ou seja esperar.
Sempre que chegava em algum, lá havia dúzias de mulheres tentando todo tipo de engenharia pra deixarem suas madeixas mais charmosas e meu teste de paciência mas duro de aguentar.
Claro que eu usava mão dos subterfúgios de quinta desses lugares que é colocar revistas pra ver se a dor da espera diminui, mas acontece que em meu caso isso era pior.
Nunca havia uma revista interessante no local, sem Seuperinteressante, sem quadrinhos, sem revistas de carro, sem revistas de notícias, PlayBoy nem pensar, em sua maioria eram revistas de fofoca e de moda, numa tentativa descarada de nos fazerem crer que ali alguém entende de moda. No máximo de fofoca.

Por anos penei no interior desses cabeleireiros, aguentando o cheiro de química, as fofocas e as viadagens. Porem um dia me rebelei, tive duas idéias, uma era nunca mais cortar o cabelo e me transformar no maior black power já vivo, mas como isso ia contra os planos da minha mãe e ir contra os planos da minha mãe naquela época provocavam muita dor física, preferi ficar com o segundo que era simplesmente mudar de salão.

Sim eu não iria mais cortar o cabelo em cabeleireiros cheio de frescura iria nas espeluncas com pouca luz e chão sujo, que com certeza não havia muitas mulheres e consequentemente não havia esperas gigantes.
Assim o fiz e por anos fui feliz, numa dessas havia até mesmo revistas de carro, mas nem dava tempo de ler porque a fila andava rápido e em outra até tinha uma tv que passava os jogos de futebol, discutia-se, ria-se, xingava-se, éramos uma quase familia, só faltava a bebida.

Mas como paz significa recarregar as armas, como diz o Dimmu Borgir, e a modernidade provou que era mais rápido no gatilho que eu, a família se desfez.

O tempo passou e um novo tipo de ser humano agregou-se a nós machos a moda antiga, e deturpou a forma como faziámos as coisas, eis que surgiu os metrosexuais.
Eles invadiram nosso território de machos com seus apliques e luzes e unhas por fazer e nos legaram o pior dos males, aquele que tinha ficado enterrado no passado: A espera!

Antes eram as mulheres agora somos nós, ou melhor eles, que ficam entulhando as cadeiras de espera, e dando palpite no trabalho de engenharia dos cabeleireiros e ainda por cima reclamam da unha mal feita.

Sinto saudades do tempo em que não sábia ler direito, que só havia mulheres nesses salões e que ninguém reclamava da minha unha.
Talvez eu volte com o plano do Black Power.

terça-feira, 22 de julho de 2008


O posto de hoje é um pouco diferente, tem a missão de agradecer e premiar justo nessa ordem.
Hoje eu recebi 4 selos que vindo de onde veio só me deixa mais contente, uma vez que saiu de um dos blogs que é passagem obrigatória minha dada a qualidade dos textos e o bom senso da moça.

Eu falo do http://doscrimesbordadosvaidades.blogspot.com/ que foi agraciado justamente com eles e que me repassou.
Valeu moça! São eles:











Agora repasso para os blogs abaixo e faço pela merecida qualidade deles, são:

http://acrossalltheuniverse.blogspot.com/ da Nina

http://colunadolorida.blogspot.com/
do grande Gil
http://www.alevezadoser.blogspot.com/ da doce e talentosa Staphanie
http://luftstrom.blogspot.com/ da sabida YU
http://tylerbazz.blogspot.com/ do Tyler que insisto em escrever Taz
http://sacodefilo.blogspot.com/ porque é foda
http://www.mesmasletras.blogspot.com/ IPSIS porque é demais
http://champ-vinyl.blogspot.com/ do Rob, porque ... bem vejam lá porque

Até, porque hoje to doente e vou deitar, fui!

Insustentável Leveza do Ser (Causos do menino que crescia)

quinta-feira, 17 de julho de 2008


Sempre que passo meus olhos ou mesmo releio a "Insustentável Leveza do Ser" eu me lembro dela e nem sei exatamente porque.
Havia algo nela que anos depois quando li essa obra voltou com força. Conseguia lembrar seus gestos, seu cheiro, sua força e até mesmo a forma delicada como prendia os cabelos no alto da cabeça.
Interessante que éramos garotos devorando o mundo como se não tivéssemos tempo pra mais nada, tudo era urgente e mesmo quando nos tocávamos o compromisso não era com o beijo em si, mas com a descoberta e dos "porques" daquelas necessidades.

Eu era imaturo, ela era ingênua. Eu passava por cima de tudo imprudentemente, ela avaliava. Eu a amava,ela me amava.
Pelo menos assim eu entendi.
Naquele ponto da minha vida(tinha 16) eu já tinha descoberto o sexo, mas foi ela que me ensinou o que é fazer amor.

Lembro como se fosse à um filme que após nossa primeira vez ela descansava sobre meu braço, num silêncio que só foi cortado por um leve gemido. Olhei pro lado e para meu desespero total ela estava chorando.
Me amaldiçoei na mesma hora, com certeza tinha a machucado ou algo assim. Estúpido.

"O que foi anjo, porque tá chorando, te machuquei?"- um silêncio que perdurou pela eternidade de um segundo me consumiu. Depois:
"Não, não! É que eu tô feliz. Estava com muito medo, mas agora estou feliz"

O resto é história.
O mundo como sempre girou e girou, jogando cada um para um lado e nos mostrou que a urgência que tínhamos para viver era bobagem.
Ela se mudou e nunca mais a vi.
Eu continuei vivendo e me enfiando em confusões com a mesma ânsia que tinha quando a beijava.
Parece que levei mais tempo pra aprender certas coisas, mas nem me arrependo.
Mas saudade é saudade e por vezes bate a porta.

Escola- Tempos de Violência. Parte II

terça-feira, 15 de julho de 2008


EU não tinha muito tempo pra avaliar minhas estratégias, em poucas horas haveria um sacrifício em nome do Deus "Violência Gratuita" e eu tinha sido o escolhido.
Por sorte eu era um cara bem relacionado dentre os vários grupos ali no grande Circus, e tinha gente me devendo favores. Aprendi cedo que uma guerra se faz com aliados e eu iria procurar os meus.
Não fazia nem 5 minutos que o "Gordo" tinha me ameaçado de morte na saída e já corria os boatos nos corredores, tanto que um do grupo dos desertores veio até mim:

"Cara! TÔ sabendo ai que o gordão vai te arrebentar".
"Caralho!!!! Já tá sabendo? Será que essa merda vai sair no Fantástico?
"Nem esquenta, eu e um pessoal estamos com um plano de fugir assim que o intervalo terminar, se quiser vir com agente?

Aquilo até poderia parecer uma boa idéia, mas era péssima. Uma porque aqueles caras nunca davam uma dentro, de 10 tentativas de fugir da escola 11 davam erradas, e pior que tentar fugir covardemente de uma briga é tentar fugir covardemente de uma briga, não conseguir, tomar um esculacho do diretor e depois apanhar lá fora.

"Não deixa quieto"
"Beleza qualquer coisa é so falar"

Depois daquilo eu tinha feito os meu contatos, buscando no mais profundo lamaçal escolar a ralé que iria me acompanhar na saida, sim porque o gordo não viria sozinho e nessas horas são as más companias que salvam a pele.
Na sala onde eu estudava o pessoal até tentava disfarçar mas a excitação era evidente, o pessoal ali eram como tubarões farejando sangue.
E o pior é que todos os comentários que eu conseguia captar eram uma variante entre, eu iria me ferrar, eu iria me ferrar muito e eu estava morto. Sabiam como por um homem pra baixo.

Ultima aula e o sinal bate. Mais que depressa o pessoal levanta e corre pra saida, claro, tinham que garantir o melhor lugar na grande luta que viria.
Levantei calmamente peguei minha mochila e fui pra porta, os caras que iria me acompanhar estavam lá me esperando, eram 4 todos com um currículo extenso de brigas e expulsões. Tinha escolhido a dedo. Mas eles só entrariam se os amigos do Gordão entrasse caso contrário seria só eu e ele, homem-a-homem-baleia.
Fomos pra porta de saída,dava pra sentir o olhar de todos sobre nós. Não tinha mais volta.
O lugar da briga era o local de todas as brigas, atrás da escola. Chegando lá já pude ver a multidão ouriçada gritando frases de incentivo tais como, "Vai morre Márcio" "Mata ele", "Ninguém separa". E sério, todas as outras eu achei até normal, mas "Ninguém separa" é cruel de mais.
Alguns segundos depois de mim chega o gordão e sua turma, então as vozes ficam mais altas, o publico mais excitado. Então o gordão levanta a voz:

"O que vai ser? Eu e você ou minha turma e a sua"?
Eu não podia fazer feio, ele tinha me dado a escolha e se fosse esperto escolheria turma versos turma porque a minha ia arrebentar a dele, mas como eu sou idiota e quis dar uma de soldado orgulhoso fiz a pior escolha para meus osso.
"Só eu e você".- e a multidão foi ao delírio.

Soltamos nossas mochilas e aquela massa imensa de banha veio pra cima de mim, com a fúria de mil orcs.
O primeiro soco foi eu que acertei, bem na barriga. O Chato que além de não ter surtido nenhum efeito foi o primeiro e único. Depois disso ele me socou, varias vezes na barriga(acho que pra me mostrar como que se faz) e um no meu nariz, que me levou ao chão sangrando igual uma menininha.
Depois disso contrariando o coro, uma turma de garotos mais velhos nos separaram.

Ali eu aprendi uma importante lição: Nunca soque um gordão na barriga, pois o verme não vai sentir nada, tem que ser no nariz porque dói de verdade.

É isso.

Escola- Tempos de Violência

segunda-feira, 7 de julho de 2008


Todos aqui sabemos o que é uma escola, não?
Só pra refrescar a memória: Uma escola é o lugar onde passamos boa parte de nossas vidas tentando escapar ou provocar humilhações, desenvolvendo assim nosso lado sociável quando, por exemplo, temos que convencer alguém a não quebrar a sua cara ou a não roubar suas coisas. Também desenvolvemos nosso lado atlético, pois não raro é necessário corrermos de bandos de Orcs, quero dizer alunos, que gritando frases de incentivo como; Vai morrer! Duvido você pular esse muro! Fazem você dar o melhor de si.
Qualquer senso de respeito à vida humana é duramente combatido e intolerado.

Foi nesse ambiente que mais parece um pano de fundo para Cães de Aluguel que eu descobrir minhas habilidades como negociador, orador e líder. Mas para que tais habilidades viessem à tona tive claro que passar por algumas provas tão duras quanto aquelas que Pai Mei submete seus alunos.
É nessa parte que começa minha história.

O pátio da escola onde fazíamos nosso intervalo, mais conhecido como O COLISEU, era planejado para que cada tipo de atividade tivesse seu espaço. Ali encontrávamos o grupo de mauricinhos que com suas roupinhas da moda tentavam comer as patricinhas, o grupo de aspirante a traficantes que sorrateiramente negociavam todo o tipo de quinquilharia que ia de latas de refrigerantes a gabaritos de provas, o grupo dos desertores que se reuniam nos cantos do grande Coliseu bolando planos e mais planos para fugirem dali e só voltarem no outro dia e claro tinha o grupo dos jogadores. Esses se reuniam em mesas onde tudo era possível, onde as cartas e as peças eram senhoras dos destinos daqueles ali presente, onde a mentira e o blefe eram a mãe da sorte e a sorte só brilhava para os mais capacitados. Era desse grupo que eu fazia parte.

Naquela tarde as coisas iam mal pra mim e meu parceiro, tudo conspirava contra nos, e mão após mão tudo piorava. Tinha apostado toda a grana do mês e para um garoto de 14 anos isso é demais, não estava disposto a perder.
Mas o truco é um jogo traiçoeiro, pode ser esperar tudo dele, e para aquela ultima jogada eu tinha 2 cartas e um segredo... Bem de baixo da mesa. Fui pro tudo ou nada e pedi 12, meu parceiro na outra ponta da mesa me olhava assustado, sabia que eu não tinha nada nas mãos, meus adversário se olhavam desconfiados, mas pelo andar da carruagem nada mais podia ser feito. Aceitaram meu desafio eu sorri e os engoli.
Em meio a nossa comemoração que eu e meu parceiro fazíamos com cifras nos olhos deu pra ouvir um grito:

-Você roubou!
-Que!!! – falei fingindo indignação.
-Você roubou! – repetiu apontando para a porra da carta que tinha ficado de baixo da porra da mesa.
Mas agora era só questão de argumentar, estava na cara que eu tinha roubado, pois o truco exige isso, e todos ali que se aglomeravam pra ouvir a discussão sabiam que eu tinha roubado, mas como em todos pais civilizado o inocente é aquele que convence todos disso e não o que não cometeu o crime, eu só tinha uma missão: Convence-lo.
-Não força! Essa carta não é minha você que deixou cair ai de propósito só pra falar essa merda de roubo, todos sabem aqui que eu não roubo (alguns risos da molecada ao redor, gente ingrata). Essa foi uma boa jogada minha desacreditar ele perante o pessoal.

-Claro que não, como eu ia fazer isso com você do outro lado da mesa?- Estava tentando se safar, mas já estava condenado, pois tropeçava nas palavras.

- Sei lá! Todo mundo sabe aqui que você é muito espertinho. – um elogio pra desarma-lo e ao mesmo tempo enterra-lo.
Estava quase tudo resolvido. Ele lutava com seus poucos neurônios pra arrumar um argumento que corroborasse com a sua justa acusação a minha pessoa de roubo, quando meu parceiro com o espírito solidário, mas sem noção do perigo tenta me ajudar:

-É e tem outra se não foi você que pôs essa carta ai foi quem, sua mãe? –algumas risadas aqui.
-Você chamou a minha mãe de que?- porra ele estava ficando nervoso e isso não era bom, eu tinha que consertar a merda que meu parceiro tinha feito.
-Ele não chamou sua mãe da nada não disfarça e paga agente. –pronto uma solução rápida quase um pedido de desculpa.
E teria dado certo se agente não tivesse na escola, mas estando num lugar desse onde todo a fauna é alimentado com sangue meu plano foi por água abaixo, pois um arruaceiro qualquer que ouvia a discussão gritou:
-Ele chamou sua mão de ladra, disse que ela rouba no truco!

Que droga claro que agente não tinha dito aquilo, tanto porque aquela velha não deveria saber jogar nem o próprio jogo, o jogo da velha. Era tarde de mais pra argumentações, a turba de agitadores fazia provocações e meu adversário um moleque gordo e duas vezes maior que eu sabia qual era a lei naquele meio, sua honra tinha sido manchada, sangue teria que ser derramado para que ele não perdesse o respeito, foi quando apontou seu dedo pra mim e sentenciou:

-Tá ferrado Marcio. Vou te estourar na hora da saída! –disse isso e um turbilhão de vozes o apoiou.

Droga! Nessa hora pensei comigo se era tarde pra fazer parte do grupo de desertores. Eu tinha até um plano.

Continua...

 
Blog do Sarge - Templates para novo blogger