quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
PARTE I
A teoria do caos.
Em uma cidade dois amigos se divertem construindo programas de computadores e pequenos vírus por diversão, enquanto se empenham em desenvolver um programa capaz de aprender sozinho e que seja capaz de evoluir por conta própria.
A vida deles esta estranhamente interligada a de uma garota que anos atrás também costumavam chamá-la de amiga e que resolveu de uma hora pra outra desaparecer e tão repentinamente como sumiu resolver aparecer.
Seu nome é Lisa.
Ela vem recuperar um pouco do que deixou no passado quando resolveu ir embora, isso inclui família e amigos.
Nesse processo irá notar que tudo que fazem de certa forma esta interligada como todas as pessoas que conhecem e que suas atitudes geram ondas nas vidas das outras.
Marcada pelo signo da solidão como se isso fosse uma sina e não uma escolha ela lamenta diante de um Cristo sofredor todos os passos errados que ao seu ver trilhou.
Suas preces lhe servem não como expiação e sim como escudo e incentivo para os próximos passos que em seu entendimento deve trilhar e que lhe pode causar dor e sofrimento, mas essa é sua cruz.
“Pai! Elevo meu coração e minha oração ao mais alto e por ser pequena de mais peço que curve seus ouvidos até mim. Minha alma mergulhada em angústia pede que a console, minha cabeça cercada de dúvidas tem fome de sua sabedoria, meu tempo se aproxima e espero em ti que renove minha fé”.
- Oi Lisa! Quanto tempo!
Lisa ainda de joelhos e uma tanto assustada pela intromissão se volta pra traz e vê um daqueles que deixou pra no passado. A providência dessa vez tinha sido rápida.
- Oi Marcos! Estou feliz em te rever.
- Eu não posso dizer o mesmo, não sei lhe dar muito bem como o que estou sentindo, mas acho que não é felicidade.
- Imaginei que iria topar com essa reação quando voltasse, sabe, quando procurasse vocês de novo.
- Pelo menos esse tempo todo afastada não lhe tirou a sensatez, não é? O que quer realmente, perdão?
- Não diria isso.
- Acho que nem Deus poderia ter dar mesmo.
- Isso é uma questão de fé.
- Hum! Quantas mudanças, não era religiosa antes de partir. Mas acontece com todos os pecadores que praticam um grande mau, vêem na conversão a saída perfeita.
- A vida não é tão simples assim e tem muita coisa que não sabe sobre mim.
- Quem poderá me culpar? Você? Desculpa, mas eu não recebi nenhuma carta sua. Alias, por causa de sua fuga repentina não recebi nada além de acusações, você era a garota perfeita que tinha se metido com os caras errados, fui sempre taxado como aquele que roubou sua vida, que partiu seu coração, até mesmo tive problemas com a policia.
O foda foi como eu consegui suportar a dor da acusação. Consegui porque a dor da sua ausência era bem maior, a angustia por não ter-la por perto era praticamente insuportável comparado com o todo.
- Quer saber foda-se você!
O problema de uma vida pode se resumir num foda-se. Largamos de mão muito de nossa vida e bradamos um foda-se como um mantra que nos curasse as feridas.
O pesar é que projetamos ondas nas vidas das pessoas ao redor e no final nos importamos tanto e tanto que foda-se o que vamos fazer pra remediar, simplesmente precisamos fazer algo.
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Crônicas Vampíricas apesar do nome não tem nada haver com vampiros.
É um conjunto de contos que escrevi há um tempo atrás que tratam de relacionamentos e de dependência desses relacionamentos, como se sugassemos a existência e as carências e sentimentos de nossos alheios.
Esses contos me renderam alguns confetes numa disputa de redação, anos atrás quando estudava.
Me deu prazer escreve-los espero que dê prezer a leitura.