sexta-feira, 30 de maio de 2008
É natural que nós homens reclamemos das dificuldades em uma relação, mas verdade seja dita, trazemos tudo isso como um troféu a ser erguido no roll de memórias e mostrado entre um copo e outra numa roda de amigos.
Ciúmes, briguinhas, escapadas, sexo na mesa da cozinha tudo isso marca e dependendo de como for, orgulha um homem. Mas o top-top das marcas de guerra no campo da conquista são as enrascadas em que nos metemos pra ter uma mulher ao nosso lado. Explico:
16 anos e toda uma vida pela frente, mas do que me valia se não pudesse te-la?
Havia coisa de um mês agente se encontrava às tardes para os costumeiros passeios e beijos de língua. Mas algo de estranho estava acontecendo! Tinha vontade cada vez maior de vê-la e aquelas tardes se tornavam insuficientes e pequenas de mais para o que sentia. E o que eu sentia? Dessa vez era mais que tesão.
20:30 de uma noite de sexta. Precisa dizer a ela o que... bem o que eu precisava fazer. Telefone:
- Alô! hãa oi anjo!
- Oi Má.
- Preciso te ver. Quero te dizer uma coisa.
- Agora? Minha mãe não vai deixar eu sair e além do mais acho que vai chover.
- Vamos dar um jeito tem que ser hoje. Que tal no seu quintal, perto do jardim?
- Bem só se for, mas vai ter que pular aquele murinho sem fazer muito barulho.
- Não tem problema, já to indo.
- Beijo, gatinho (:) ela me chamava assim)
- Beijo, linda!
Estava âncioso e o tempo mudava, ia chover. Apertei o passo. Logo depois da subida avistei o portão da casa do meu anjinho e mais a direita o murinho que tinha que pular e espera-la.
Era fácil e já tinha feitos umas duas vezes antes. Sem novidade, pé direito no buraco e depois... Bem depois como que por extinto que acomete os amantes noturnos resolvo dar uma última olhadinha pra rua antes de me arremessar pra dentro e o que vejo me deixa um tanto confuso e amedrontado. Era um carro da policia que vinha em minha direção.
Puta que pariu eu pensei! Se me vêem pulando acham que é ladrão e vão verificar na casa ou na melhor das hipóteses me metralham e deixam meu corpo lá jorrando sangue pra depois descobrirem que morri por uma mulher(dramático, não?).
Bem nenhum dos dois estava nos meus planos pra aquela noite. Então percebi que tinha tomado a atitude mais burra de minha vida até então porque logo que pus os pés no chão ouço o barulho do carro vindo em minha direção e logo o que faço? Tomo a segunda atitude mais burra até então: eu corro.
Imaginem a jumentisse! Imaginaram? Então parem de rir pra eu continuar.
Minha sorte era que eu conhecia a área e logo a frente ao lado da casa dela havia um tipo de alameda que lógico o carro não passaria e na saída dessa alameda uma rua com vários terrenos vazios. Me embrenhei em um deles, o que tinha mais mato e o que o meu desespero deixou eu escolher e fiquei ali. E como não iria querer encontrar aquele carro da policia tão cedo decidir que iria ficar ali por uns 30 minutos. Não era tão ruim... claro até que começou a chover.
Vou dizer pra vocês, mato e chuva não combinam!
30 minutos depois mais ou menos a chuva piora e resolvo voltar. Nem ao menos passei pela casa dela, estava traumatizado.
Chego em casa e ainda molhado ligo pra ela:
-Oi linda!
-Porque não veio?
-Hãaa... é que... choveu quando estava saindo acabei desistindo.
-Pena fiquei te esperando estava curiosa. Me diz o que ia dizer.
-Bem... nada de mais só ia dizer que acho que eu... bem... te amo!
Esse meu caso durou mais 4 meses. Foi curto mas foi bom.
Até a próximo causo do menino que crescia.