Imagem não é nada

sábado, 29 de abril de 2006


Posso dizer que conheço alguém pelo modo como essa pessoa se veste, pelas músicas que ouve, pelos filmes que vê ou amigos que tem?
O quanto do julgamento que fizer dela estará certo me baseando, claro, só nos itens acima?
O quanto dos nossos pensamentos sobre alguém é baseado em estereótipos?
Estive pensando sobre isso depois de ter lido uma matéria sobre um antropólogo (Sam Dunn) que produziu um documentário sobre a cultura do heavy metal, em que aborda as varias facetas desse estilo musical.
Estereótipos e música pesada andam juntas e falo isso com conhecimento de causa, pois há muitos anos sou fã da “música do diabo” como costumavam me falar e sei como são taxados os amantes dessa arte.
Coisas como baderneiros, drogados, rebeldes (nada há ver com a novela), satanistas e outros adjetivos mais são relacionados com o metal e tenho que dizer aqui que nunca fui nada disso e algumas das pessoas que conheço também não.
O curioso é que marcar as pessoas por rótulos é, em minha opinião, uma forma de reverência e/ou ignorância, da vontade de fazer parte de um grupo ou ser admirado no que já está, mas de forma alguma acrescenta algo ao crescimento dessa pessoa, pois que, por preconceito deixará de obter conhecimento por aquilo que despreza sem um bom motivo.
A música é uma arte apaixonante e como tudo que gera paixão é passível a discussão. A qualidade daquele ou desse estilo de música é totalmente discutível, mas não o caráter daquele que a houve, pelo menos não se baseando simplesmente em suas preferências musicais.
É no mínimo pobreza de espírito.
Por exemplo, muito se fala sobre a brutalidade de quem ouve rock e de como suas letras são umas baboseiras sem sentido e de novo por conhecimento posso dizer que pessoas que dizem isso não poderiam estar mais erradas. Nunca estive em um show em que ocorrera brigas ou muito menos morte como é de praxe acontecer com outros eventos relacionados ou não á musica, e podem apostar já estive em muitos shows. Pra quem se da ao trabalho de ler as letras de um encarte de heavy metal facilmente percebera a rica bagagem cultural da banda, com temas variando a clássicos literários (como é o caso de cd “Épica” da banda Kamelot) á historia, filosofia e arte, claro sem contar com bandas que preferem letras de protesto, mostrando que a música sim serve a causas políticas e sociais, exemplo a banda System Of Down.
Claro em todo meio existe exceção e o rock não seria diferente, mas não podemos julgar o todo por apenas uma parte. E não falo aqui só de música.
Discussão é sempre saudável, preconceito é a encarnação mais pura e feia da burrice.

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